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2012 - Livro Vermelho 2013

Sagittaria lancifolia L. VU

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 06-08-2012

Criterio: A2c

Avaliador: Tainan Messina

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Sagittaria lancifolia tem a maioria de suas subpopulações em áreas de municípios localizados ao longo de hábitats de Mata Atlântica, que tiveram uma redução da vegetação original de pelo menos 50% nos últimos 10 anos. Tal redução deve-se ao desmatamento causado pela superprodução agrícola, exploração ilegal de madeira e invasão por espécies exóticas, ameaças que continuam existindo atualmente. Dessa forma, suspeita-se que tais subpopulações tenham sofrido um declínio do número de indivíduos de pelo menos 30% nos últimos 10 anos. Caso medidas para sua conservação não sejam implementadas, a espécie poderá ser transferida para uma categoria de risco mais alta em futuro próximo.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Sagittaria lancifolia L.;

Família: Alismataceae

Sinônimos:

  • > Drepachenia lancifolia ;
  • > Sagittaria lancifolia var. angustifolia ;
  • > Sagittaria lancifolia var. major ;
  • > Sagittaria lancifolia subsp. lancifolia ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita em Syst. Nat., ed. 10. 2: 1270. 1759. Difere-se das outras espécies de Sagittaria do nordeste do Brasil, por possuir brácteas livres, cônicas, estreita-ovadas, flores carpeladas e estaminadas, inflorescências paniculadas, cujo o primeiro verticilo é geralmente ramificado. Nomes populares: "golfe" e "aguapé-de-folha-estreita" (Matias; Irgang, 2006).

Distribuição

Ocorre desde o sudeste da América do Norte até o sul do Brasil; ocorre nos Estados do Amapá, Paraíba, Bahia, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo e Rio de Janeiro (Matias et al., 2012).

Ecologia

Caracteriza-se por ervas, perenes, emersas, de 85-104 cm de altura (Matias; Irgang, 2006); aquáticas (Matias et al., 2012).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Incidência national
Severidade very high
Detalhes A Mata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área e menos de 100.000 km² de vegetação remanesce. Dez porcento da cobertura florestal remanescente foi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveis em vigilância e proteção (A. Amarante, dados não publicados). Antes cobrindo áreas enormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagos de fragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si. A derrubada de florestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650 km² de florestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia) (Tabarelli et al., 2005).

1.1.4 Livestock
Severidade high
Detalhes As matas do nordeste já estavam em grande parte devastadas (criação de gado e exploração de madeira mandada para a Europa) no século XVI. Em adição à incessante perda de habitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração de lenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais e invasão por espécies exóticas (Tabarelli et al., 2005).

1.1 Agriculture
Incidência national
Severidade very high
Detalhes A degradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espécies exóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de um manejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais de soja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25 ton/ha/ano. Aproximadamente 45.000 km² do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde a erosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130 ton/ha/ano. O amplo uso de gramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dos ecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmente limpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogon gayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf,Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagens plantadas (cerca de 250.000 km2 - uma área equivalente ao estado de São Paulo) está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzida cobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

1.1.1.1 Shifting Agriculture
Incidência national
Severidade very high
Detalhes As causas imediatas da perda de habitat: a sobrexplotação dos recursos florestais por populações humanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano (pastos, agricultura e silvicultura). Subsídios do governo brasileiro aceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola (açúcar, café e soja) (Tabarelli et al., 2005).

1.5 Invasive alien species (directly impacting habitat)
Incidência national
Severidade high
Detalhes As áreas destruídas do Cerrado são semeadas com gramíneas africanas, como Andropogon gayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf,Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Espécie considerada "Em perigo" (EN) pela Lista vermelha da flora do Rio Grande do Sul (CONSEMA-RS, 2002).

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: Ocorre em unidades de conservação: Parque Estadual Paulo César Vinha, no estado do Espírito Santo (CNCFlora, 2011).

Referências

- TABARELLI, M.; PINTO, L.P.; SILVA, J.M.C.; ET AL. Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira. Megadiversidade, v. 1, n. 1, p. 132-138, 2005.

- MATIAS, L.Q.; SAKURAGUI, C.M.; LOPES, R.C. Sagittaria lancifolia in Sagittaria (Alismataceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB004274>.

- GONTIJO, F.D. Alismataceae. In: STEHMANN, J.R.; FORZZA, R.C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. p.122, 2009.

- MATIAS, L.Q.; IRGANG, B.E. Taxonomy and distribution of Sagittaria (Alismataceae) in north-eastern Brazil., Aquatic Botany, v.84, p.183-190, 2006.

- MATIAS, L.Q. A synopsis of Alismataceae from the semi-arid region of northeastern Brazil., Revista Caatinga, Mossoró, Universidade Federal Rural do Semi-árido, v.23, p.46-53, 2010.

- KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado brasileiro., Megadiversidade, p.147-155, 2005.

- CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE, RIO GRANDE DO SUL. Decreto estadual CONSEMA n. 42.099 de 31 de dezembro de 2002. Declara as espécies da flora nativa ameaçadas de extinção no estado do Rio Grande do Sul e da outras providências, Palácio Piratini, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 31 dez. 2002, 2002.

- Base de Dados do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2011.

Como citar

CNCFlora. Sagittaria lancifolia in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Sagittaria lancifolia>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 06/08/2012 - 14:51:48